NOTA 29 - BREVE HISTÓRIA DE QUASE TUDO - de Bill Bryson

BILL BRYSON é da minha idade.Nasceu em 1951,no estado de Iowa,USA,tendo mais tarde ido viver para Inglaterra com a sua mulher
e quatro filhos.É autor de vários livros de viagem e,com este livro,foi distinguido em 2004 com o Prémio Aventis para Melhor Obra de
Divulgação Científica. Bryson passou três anos a ler livros e revistas e a procurar todo e qualquer especialista com paciência de santo
que estivesse disposto a responder a um sem-número de perguntas,que incluiam quase sempre esta : Importa-se de me explicar outra vez ?
E escreve sobre o Big Bang,os dinossauros,o aquecimento global,Einstein,os Curies,a Teoria da Evolução,a gasolina com chumbo,a teoria
atómica,os quarks,os vulcões,os cromossomas,o átomo,a Teoria M,os asteróides,Hubble e o funeral,o nada,a M87,etc.
Sobre o TERRAMOTO DE LISBOA ,diz o seguinte : " Em termos de destruição pura e concentrada,no entanto,talvez o mais intenso terramoto
registado na história tenha sido o que atingiu,e acabou por arrasar quase por completo,a cidade de Lisboa,em Portugal,no dia de Todos-os-
Santos ( 1 de novembro ) de 1755. Eram quase dez da manhã quando a cidade foi de súbito abalada num brusco movimento lateral,que hoje
se calcula ter sido  de magnitude 9, e que a sacudiu de forma impiedosa durante sete longos minutos. A força convulsiva do abalo foi de tal
ordem que a água do rio recuou da embucadura até ao largo,regressando de seguida sob a forma de uma onda gigante  com mais de 15 metros de altura,que concluiu o arrasamento da baixa da cidade. Quando por fim parou,os sobreviventes gozaram apenas de três minutos de calma antes do segundo abalo,pouco menos violento do que o primeiro. O terceiro e último abalo verificou-se duas horas mais tarde. Depois
de tudo terminado, 60 mil pessoas tinham morrido,e praticamente todos os edifícios,num diâmetro de muitos quilómetros,estavam reduzidos a escombros".
Noutra passagem do seu livro,ao falar do Sistema Solar,refere o seguinte acerca das DISTÂNCIAS que existem no espaço :
" O espaço é enorme,absolutamente imenso...Mesmo á velocidade da luz -300.000 km/segundo- levariamos 7 horas para chegar até Plutão.
Mas,é claro que não é possivel viajar a essa velocidade,nem nada que se pareça.Teremos de ir á velocidade das naves espaciais,que são
um pouco mais ronceiras.As maiores velocidades conseguidas até agora pelos humanos foram as das Voyager 1 e 2, que neste momento se
afastam de nós a 56 mil km/hora.Levaram 9 anos a alcançar Urano e 12 anos para atravesar a órbita de Plutão,ajudadas pela "gravidade assistida". Por outro lado,o espaço é por completo desprovido de acontecimentos. O nosso sistema solar,pode ser a coisa mais animada que
existe em triliões de quilómetros,mas tudo o que é visível dentro dele - o Sol,os planetas,as suas luas,os biliões ou mais,de rochas existentes
na Cintura de Asteróides,cometas e vários outros tipos de detritos á deriva - preenche menos de um trilionésimo de todo o espaço que existe.
Só chegaremos ao fim do sistema solar depois de atraversarmos a Nuvem Oort,um vasto reino celestial de cometas á deriva.E,tenho muito pena de dizer isto,mas só conseguiremos lá chegar daqui a 10.000 anos.Longe de marcar a fronteira do sistema solar,Plutão está a um
quinquagésimo milésimo ( 1/50.000 ) do percurso.É evidente que não poderemos contar com tal viagem.Uma viagem de 386.000 km até á
Lua é ainda um grande empreendimento para nós.O projecto de uma missão tripulada a Marte,repto lançado pelo primeiro presidente Bush
num momento de ligeireza de ânimo,foi discretamente abandonado quando alguém calculou que viria a custar 450 mil milhões de dólares
e ainda,possivelmente,a vida de toda a tripulação. ( o ADN dos astronautas seria reduzido a pó por partículas solares de alta energia,das 
quais seria impossível protegê-los. ) Com base naquilo que se sabe hoje em dia e se consegue imaginar,não há hipótese de qualquer ser
humano poder visitar a fronteira do nosso sistema solar - nunca. Está apenas demasiado longe. A estrela mais perto do Sol, a Próxima de
Centauro,está a uma distância de 4,3 anos-luz,um saltinho de nada em termos galácticos,mas não deixa de ser um milhão de vezes maior
do que uma viagem á Lua. Para lá chegarmos numa nave levaríamos pelo menos 25 mil anos. Permitam-me que repita isto : o espaço é
enorme.A distância média entre as estrelas é de mais de 30 biliões de quilómetros.Mesmo a velocidades próximas da luz,são distâncias 
impensáveis para qualquer viajante."  
Uma outra referência a Portugal,desta vez,a arqueólogos portugueses : "em 1999,arqueólogos portugueses encontraram o esqueleto de
uma criança com cerca de quatro anos,morta á 24.500 anos.O esqueleto era moderno na sua globalidade,mas com algumas características
arcaicas,possivelmente do neandertal..."
E apresentam a HISTÓRIA DA TERRA EM 24 HORAS . " Se imaginássemos a história da Terra,com os seus 4.500 milhões de anos comprimidos num dia normal de 24 horas,a vida começaria muito cedo,por volta das quatro horas da madrugada,com o aparecimento dos
primeiros organismos unicelulares simples,mas depois não avança mais durante as dezasseis horas seguintes. Só quase ás 20 horas,depois
de terem passado 5/6 do dia,é que o planeta tem alguma coisa concreta para mostrar ao Universo,uma fina camada de irrequitos micróbios.
Depois,por fim,aparecem as primeiras plantas marinhas,seguidas,20 minutos mais tarde,das primeiras alforrecas e da inigmática fauna
ediacarana vista pela primeira vez por Reginald Springg na Austrália. Ás 21 h 4 m entram em cena os trilobites,seguidos mais ou menos
pelos simétricos seres de Burgess Shale. Pouco antes das 22 horas,começam a surgir as plantas em terra.Pouco tempo depois,a menos de
duas horas do fim do dia,surgem os primeiros seres terrestres.
Graças a uns 10 minutos de clima ameno,ás 22 horas e 24 minutos,a Terra está coberta das grandes florestas carboníferas cujos resíduos
nos fornecem todo o nosso carvão,e manifestam-se os primeiros insectos voadores.Os dinossáurios aparecem em cena,caminhando pesadamente,pouco antes das 23 horas,e aguentam o balanço durante uns 3/4 de hora. Aos 21 minutos para a meia-noite,desaparecem,e 
começa a era dos mamíferos. Os Humanos surgem 1 minuto e 17 segundos antes da meia-noite. Nesta escala,a totalidade da nossa existência registada não seria mais do que alguns segundos e a duração de uma única vida humana apenas um instante. "
Após desenvolver uma grande quantidade de temas nesta " Breve História de Quase Tudo ", Bill Bryson chega á conclusão de que " estamos,na verdade,no início de tudo ". 
E, pelo tempo que os humanos têm na Terra,parece de facto que assim é .